segunda-feira, 24 de maio de 2010

TOURADA

No período que passei na Catalunha havia duas touradas para as quais ouvi dizer que os ingressos estavam esgotados. Não que tenha me lamentado. Presenciar a crueldade a que são submetidos os touros estava longe de fazer parte do meu roteiro. Para incitar sua agressividade e o alvoroço da multidão, são propositadamente provocados além de terem seus testículos amarrados antes de entrar na arena.
Considerada patrimônio cultural e uma forma de arte, a tourada tem sido motivo de incessante protestos pela WASP (World Society for the Protection of Animals).
Segundo alguns catalões, outro motivo para que a sua prática continue é político. Um dos únicos laços que liga a Catalunha à Espanha, temores são de que a sua abolição venha a fortalecer os ânimos dos separatistas gerando mais violência.
Porém, os tempos pedem mudanças mesmo nas mais arraigadas tradições. Um número considerável de catalões iniciou a campanha PROU (“basta”) exigindo do Parlamento uma lei proibindo as touradas.
Hoje a Folha de São Paulo - http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u739189.shtml - publicou a notícia do toureiro gravemente ferido trazendo à tona novamente a questão das touradas.
As diferenças entre as práticas nas arenas romanas e as touradas consiste nas vítimas da brutalidade, seres humanos nas primeiras e touros nas segundas, uma era usual há 2.500 anos e a outra hoje.
Pessoalmente, entendo que os aquários, zoologicos e apresentações com animais treinados que buscamos para nosso divertimento, são crueldades que eventualmente a natureza e o instinto animal se encarregam de fazer notícia, como a Orca que recentemente matou sua treinadora em Orlando.
Faz parte da natureza humana a atração pela violência e a curiosidade pela desgraça alheia. Assim como travamos costantes batalhas internas para manter a civilidade e esconder nossos pensamentos mais sombrios, que tenhamos dentro de nós a força para combatê-los e por fim ao sensacionailsmo. Duas grandes vitórias em um mesmo século, legado que a nós cabe deixar para as gerações futuras.



segunda-feira, 17 de maio de 2010

Rimos porque somos felizes ou somos felizes porque rimos?


Nunca tinha ouvido falar de risoterapia, muito menos de clube de risos e yoga do riso. Já existem há algum tempo e o último lugar a adotar o novo tratamento de saúde foi o Japão.

“Rir é o melhor remédio” é tão velho quanto andar para frente, mas os estudos acerca dos benefícios de uma boa gargalhada não são conclusivos. Está comprovado, entretanto, que é benéfico ao sistema imunológico e cardíaco. Os Doutores da Alegria continuam a ajudar no tratamento de crianças com câncer ou outras doenças terminais com sucesso estatisticamente constatado.

Porém observou-se uma diminuição do hormônio de crescimento e que a boa saúde também é necessária para rir. Ou seja, vende mais porque é mais fresquinho ou é mais fresquinho porque vende mais?

Algumas pessoas utilizam o riso para mascarar e ignorar algum problema de saúde. Como canta Frejat, rir demais é desespero. Por outro lado, os que riem de si mesmos mostram-se mais conscientes de sua saúde e tendência a buscar tratamento.

Segundo ICB (instituto do Cérebro de Brasília) rir é uma habilidade pessoal que está diretamente relacionado à sociabilidade e aos relacionamentos interpessoais. Quem está em constante mau humor, raiva e irritado corre mais riscos de problemas cardiovasculares e de pressão alta.

Mas, atenção! Não é saudável rir de piadas preconceituosas ou de humor negro.

Tudo isso me fez refletir. Então o Coringa, Lex Luthor, os Irmãos Metralha e outros vilões eram mais saudáveis do que o sisudo Batman, o charmoso Superman e o mau humorado do Pato Donald?

Por isso adorei Jack Sparrow, não por ser o Johnny Depp, mas porque vivia de bom humor. Melhor mesmo é ser vilão, rir e fazer arte do que se estressar tentando salvar o mundo.