segunda-feira, 28 de junho de 2010

Amor Perfeito

Dezesseis dias depois do Dia dos Namorados, inicio o blog com atraso e portanto com imperfeição. A flor Amor Perfeito é da família das Violaceae. Segundo a Wikipédia, era utilizada pelos atenienses e chineses como colar para controlar a ira e curar enjôos e dores de cabeça. Hoje é ainda utilizada para produzir uma pomada cicatrizante. De outras fontes, descobri que os franceses presenteavam suas namoradas antes de partirem para que não os esquecessem. A ironia disso é que a flor tem vida curta. A origem de seu nome vem da mitologia grega segundo a qual Zeus se apaixonou pela jovem Lo. Para não despertar o ciúme de Hera, transformou-a em uma ovelha. Com pena de sua dieta, criou flores brancas para alimentá-la e Vênus as coloriu de púrpura. A origem e suas características já não fazem da flor uma perfeição. Existem vários tipos de amor perfeito, tanto na forma quanto na cor. O que faz inevitável a comparação entre a flor e o sentimento. Hoje li na Folha de São Paulo que um pai havia deixado o emprego para fazer uma pesquisa a respeito da doença rara e incurável de seu filho. Gastou tudo o que tinha, mas conseguiu produzir uma enzima que melhorou a qualidade de vida de seu filho. Não pôde, portanto, pagar as prestações da Caixa Econômica Federal. Estava para perder sua residência. A juíza do caso determinou que o Ministério Público utilizasse uma verba especial para que a dívida fosse quitada. Somente nesta notícia o amor está presente em duas formas, o paternal e o humano. Vinícius de Morais em seu soneto Amor Eterno, fez permanecer a frase : “Que seja infinito enquanto dure”. Nem a flor e muito menos o amor é e será infinto. O que nos faz buscar incessantemente o amor perfeito, seja ele como cada qual entenda. O colunista da Revista Época, Ivan Martins, escreveu há algum tempo que se sentia frustrado por não encontrar um amor eterno. Do meu ponto de vista, o amor é sempre eterno, mas não necessariamente com a mesma pessoa. Somos seres capazes de amar a despeito dos sofrimentos e decepções. Há muito o que fazer para que o amor permaneça, mas ele tem vida própria e é ingenuidade acreditar que podemos controlá-lo. Então me pergunto, por que a necessidade de um amor perfeito e eterno? Já não nos deveria bastar o amor e ponto final?